Direção: Jonathan Demme. Roteiro: Jonathan Demme. Direção de Fotografia: Jordan Cronenweth. Som: Jonathan Demme, Walter A. Gest, David Byrne. Música: Jerry Harrison, Tina Weymouth, Chris Frantz, David Byrne, Bernie Worrell. Montagem: Lisa Day. Produção: Gary Goetzman, Charles Myers, Gary Kurfirst
Um homem, um violão elétrico e um toca fitas. No momento em que Byrne entra no palco e a câmera de Jonathan Demme o capta pela primeira vez, dá-se um instante sem volta na miríade de eventos que o filme-concerto evoca ao longo dos seus cerca de 90 minutos.
Um a um, os demais o integrantes e músicos da banda vão se juntando ao palco não de modo a estar na estrutura. Eles mesmos vão se modulando música a música ao todo que a cenografia é. É impressionante o que eles conseguem fazer juntos em função de uma lógica espetacular (in)consciência.
No sentido de tudo o que a apresentação musical permite, para além da execução das canções, vale aqui o fluxo sinérgico entre o corpo e o espaço, entre o que é organicidade em transformação a cada terço de tempo e a maquinaria que vai se incorporando e também se transformoseando à medida que o show avança.
É muita correria, transpiração e transmutação de uma energia que parece inesgotável. Do palco para a platéia, o filme se agiganta até termos a completa dimensão do que foi (é) esse registro. O maior espetáculo de uma banda já registrado em favor daquilo o que o cinema pode ser. Melhor: por aquilo o que a arte em si o é.
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