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Rogue One - Uma história Star Wars: a sadia modulação da cinematografia em nosso imaginário

Atualizado: 18 de mai. de 2020


Direção: Gareth Edwards. Roteiro: Chris Weitz, Tony Gilroy. Montagem: John Gilroy, Colin Goudie, Jabez Olssen. Direção de Fotografia:Greig Fraser. Produção:John Knoll. Direção de Arte:Alastair Bullock. Música:Michael Giacchino.




Quando Star Wars III – A Vingança dos Sith (2005) foi lançado, a impressão que se tinha era de que a hexologia chegaria, de fato, ao fim na metade dos anos 2000. Mas com a retomada da franquia ao cinema uma década depois com Star Wars: O Despertar da Força (2015), o fôlego do projeto criado por George Lucas foi retomado em outros filmes sequência e seus derivados. Dessa última modalidade, surge aquele que pode ser considerado o trabalho mais sólido dessa nova fase: Rogue One - Uma História Star Wars (2016). Dirigido por Gareth Edwards (Godzilla – 2014), o longa pode ser entendido como uma estória que ocorre entre os episódios III e IV da série. E narra missão realizada pela aliança rebelde na tentativa de roubar os planos da Estrela da Morte e repassá-los aos opositores do Império Galáctico. Com uma estória bem condensada, o longa explora recursos narrativos dos filmes originais e das obras mais recentes, como vimos no episódio VII, por exemplo. Entretanto, existem alguns pontos que Edwards conseguiu aplicar no filme que positivamente ressoaram no todo que o trabalho se constitui. Um desses elementos é o tom sóbrio narratológicamente falando. E dizer isso é perceber que as personagens deste filme são um pouco mais polidas que os observados em "A Asecenção Skywlaker" (2019). Aqui, temos uma Jyn Erso (Felicity Jones) que é construída sobre uma personagem que não necessariamente precise nos ficar fazendo rir em momentos aleatórios quando não desnecessários. Suas motivações são mais bem definidas em relação às de Rey (Daisy Ridley), em uma escala comparativa. A causa e efeito das ações da heroína dos episódio VII ao XIX nos vem muito forçadamente ou como dizemos nos cinema: por meio da velha ideia do “Deus Ex-Machina“. ¹ Ou seja, ainda parece difícil o entendimento de como Rey descobre o poder da Força tão abruptamente naquele filme dirigido por Abrams. Essa seria outra característica que torna Rogue One mais “completo” que seu antecessor. Enquanto espectadores, sentimos que os eventos sucedem de forma mais ordenada e fluida em relação aos dois longas dirigidos por J. J. Abrams. Fruto de uma montagem mais elaborada, ficamos certos de que essa seria uma necessidade que o filme teria de cumprir uma vez que a ele também cabia o papel de explicar às novas e “antigas” gerações como a franquia original (1977 a 1981) teve início. Além do livre exercício da contação de estórias, o cinema é também todas as escolhas empregadas por seus realizadores e grandes estúdios, quando falamos do mainstream. Essa pressão, não obstante, é o que amarra esse impulso criativo. E aí são as lutas contra os padrões. Cuja lógica muitas vezes é datada pelo resultado das bilheterias e aceitação do público. As próprias protagonistas femininas são reflexo inconteste disso. São importantes como elementos de representação, e podem ser potencialmente trabalhadas enquanto índice das questões de nosso tempo. Analisar o arquétipo de uma heroína como Erso é muito interessante, nesse sentido. Em oposição à Rey, ela opera muito mais como uma figura reativa. Isso, entretanto, em nada a configura como uma personagem frágil. Pelo contrário, sua força e representatividade partem dai mesmo. Ela se sacrifica por isso. Vive por um ideal e isso é algo muito bonito de ser apresentado e discutido com as velhas e novas gerações Voltando às questões de ordem técnica, vale lembrarmos a questão do uso em cenários reais. Elemento de aproximação do espectador com a obra, eles geram empatia pelo uso moderado do CGI (computação gráfica) em função de uma narrativa que busca esse tom mais naturalista que passa a ser um positivo padrão retomado das obras dos anos 1970 a 1980. Mas apesar da nossa insana busca por vetorizar qualquer fala sobre o que Star Wars pode representar, façamos o seguinte: deixemos que apenas o filme nos guie. Sim. Já que inegável é a relevância da criação de George Lucas para aquilo o que conhecemos como a ficção científica de aventura dos últimos 50 anos. Assim como o universo e todos esses fantásticos personagens que em distintas escalas nos ajudaram e ajudam na modulação sadia do nosso imaginário ao longo de tantas e tantas décadas. Vida longa e próspera a todas essas estórias que Star Wars ainda nos tem a contar. 1 – Na cinematografia, o conceito de Deus Ex-Machina diz respeito a um evento que ocorre na narrativa sem uma explicação lógica ou razoavelmente explicável dentro até mesmo da própria narrativa filmica.

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