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19 + 1 Melhores Filmes de 2024

Atualizado: há 6 dias


2024 foi um ótimo ano para o cinema. Com produções de diversas partes do globo, diretores(as) de diferentes nacionalidades nos trouxeram o melhor que a narrativa cinematográfica pode oferecer. Ao longo da publicação abaixo, listamos os 20 melhores filmes desse período. A lista é definitiva? Não. Ela é plural, aberta, como o próprio cinema o é em toda sua potência.


LA CHIMERA (Alice Rohrwacher)

O cinema de Alice Rohrwacher não está interessado em estabelecer dualismos que apenas coloquem esses universos e suas figuras em contraposição: bem e mal, pobreza e riqueza, razão e insanidade, por exemplo. Da mesma forma, em La Chimera, há uma ideação sobre a importância de se manter seguro no entendimento dos nossos valores diante das nuances partilhadas ou confrontadas ao longo das nossas existências. LEIA A CRÍTICA COMPLETA


O MENINO E A GARÇA (Hayao Miyazaki)


A fantasia reina, aqui. E isso, não obrigatoriamente, desvincula a experiência desse mundo de uma noção de aprimoramento que o herói deve ter ao longo da sua trajetória. Não é que ele tenha de salvar alguém ou algo. A escolha até lhe é dada, mas isso para ele sequer se torna uma questão quando ele avalia o compromisso a assumir consigo mesmo e com aqueles a quem ele ama. Isto posto, tudo bem abaixo. LEIA A CRÍTICA COMPLETA


O SABOR DA VIDA (Tran Anh Hung)



O que interessa no filme de Tran Anh Hung não é tanto uma emulação ou um desejo de mimesis ou de imitação da vida ou da prática em si em função de um mero dever de representação. Mas sim de como a interação entre os personagens revelam esse transe onde o tempo se dilata e se metamorfoseia, se dilui ou se transforma, tal qual a comida em preparo. LEIA A CRÍTICA COMPLETA


LEME DO DESTINO (Júlio Bressane)



Bressane pode, sim, ser considerado o maior realizador vivo do Brasil e um dos maiores, também, em atividade no mundo. Sua visão sobre um cinema desdramatizado, mas jamais desdramatizante, é uma prova irrefutável da força que a universalidade da contação de estórias por meio de imagens e on ainda assumem na expressão artística dos nossos dias.


ERVAS SECAS (Nuri Bilge Ceylan)



De "Era uma Vez na Anatólia" (2011), passando por "Sono de Inverno" (2014), até "A Árvore dos Frutos Selvagens" (2018), Nuri Bilge Ceylan trabalha na descrição de um universo marcado, de um lado, pela densidade das narrativas do mundo contemporâneo, e de outro, pela multiplicidade de tons presentes nos personagens por ele criados em cada um desses três últimos trabalhos.

LEIA A CRÍTICA COMPLETA CAMINHOS CRUZADOS (Levan Akin)



Um dos melhores filmes de 2024, o drama intergeracional de Levan Akin coloca no centro das discussões o discurso de contrários sem que isso nos soe enquanto uma mera narrativa de apelo sentimentalóide descartável. A potência, aqui, emerge em cada instante dividido, friccionado, vivido. Filme lindo.


O MAL NÃO EXISTE (Ryūsuke Hamaguchi)


Os filmes de Ryūsuke Hamaguchi trazem esse índice da dilatação temporal de modo muito marcante, também. Não é que seus filmes sejam temática e formalmente sobre isso, estritamente, mas eles resguardam esse coeficiente em maior ou menor medida. LEIA A CRÍTICA COMPLETA


CHIME (Kiyoshi Kurosawa )



Um dos realizadores mais incansáveis do nosso tempo, Kiyoshi Kurosawa é um mestre do trabalho intercambiável entre o inesperado dentro do realismo e a inexplicabilidade presente nas manifestações do fantástico enquanto elemento eminentemente cinematográfico. Chime versa sobre tudo isso e um pouco mais também.


O DIA QUE TE CONHECI (André Novais Oliveira)


Na economia desse único dia, é como se o curso de uma temporalidade de 24 horas não fosse, de fato, suficiente para entendermos essas figuras na sua totalidade. Mas a ideia parece ser essa mesma. Na concepção do cinema como fatia de vida, é só uma porção que nos cabe aqui para intuirmos aonde o futuro levará esse par. LEIA A CRÍTICA COMPLETA THE OUTRUN (Nora Fingscheidt)


É bem arriscada a decisão de Nora Fingscheidt de buscar criar essa dinâmica comum entre uma narrativa de amadurecimento e uma estória de contornos animista, ou pautada numa espécie de realismo fantástico e naturalista. Mas ao contrário do que poderíamos intuir, toda a estrutura da obra não sofre nenhuma distorção interpretativa em função dessa simbiose.


JURADO Nº 2 (Clint Eastwood)


Lidar com o conflito ético parece ser a matéria base de onde o filme tira toda sua força. Centrado no personagem principal, a questão sobre fazer o que é certo na dinâmica do tecido social em detrimento daquilo o que pode ocorrer na esfera da vida pessoal e individual é a linha que conduz a narrativa. LEIA A CRÍTICA COMPLETA


TIRAMISÙ (Leônidas Oliveira)


Certamente o melhor filme cearense de 2024, este curta-metragem consegue em cerca de 20 minutos modular pautas de discussão sobre a política dos corpos, a liberdade de sermos quem quisermos ser e a esperança presente nas vidas de pessoas não normativas.


STOP MAKING SENSE (Jonathan Demme)



No sentido de tudo o que a apresentação musical permite, para além da execução das canções, vale aqui o fluxo sinérgico entre o corpo e o espaço, entre o que é organicidade em transformação a cada terço de tempo e a maquinaria que vai se incorporando e também se transformoseando à medida que o show avança.


IN OUR DAY (Hong Sang-soo)



As narrativas Sangsonianas resguardam no seu interior uma mágica própria das grandes construções sobre o cotidiano. Um almoço no meio da tarde, um café dividido com um amigo, uma conversa sem pretensões numa varanda, tudo pode ser um imenso motivo para as coisas simplesmente acontecerem no cinema de Hong Sang-soo.


BABY (Marcelo Caetano)


Tudo aqui fala sobre esses limites e fronteiras de vidas desnormatizadas e que por isso também não precisam ser tratadas unicamente por uma via fatalista, onde a única resolução possível seja a da dor, do sofrimento e da amargura. Caetano, ao contrário de toda uma vertente da cinematografia brasileira contemporânea, entende que a ficcionalização do melodrama gay nacional pode e deve considerar, uma via mais justa.


O QUARTO AO LADO (Pedro Almodóvar)



É curiosa a relação do exercício cinemático com esse estar maduro no modo de se contar as estórias ou elaborar as narrativas. Aqui, especificamente, é como se tudo já estivesse dado. Nisso, o melodrama segue uma fórmula que não espera grandes reviravoltas. Há, por isso, mesmo um gigantesco impeditivo entre as personagens - a determinação do fim da vida diante de um quadro avariado de saúde -, mas que se sedimenta justamente nesse arco opositor da aceitação e do entendimento da dinâmica ali posta. LEIA A CRÍTICA COMPLETA


FLOW (Gints Zilbalodis)



A animação do futuro pode ir para inúmeros caminhos na contemporaneidade e o que Flow atesta em 2024 é que a rota nem sempre precisa ser uma busca de um pretenso realismo emulativo daquilo o que a vivência da natureza venha a ser. Cada bichinho aqui representado evoca a força de uma aparência dispensatória do traço realista. O fantástico é, por isso mesmo, a matéria-prima máxima desse excelente filme.


QUEER (Luca Guadagnino)



Tudo está de acordo com o que a melhor cartilha da expressão de uma cinematografia pop poderia nos recomendar. Não é apenas sobre ter uma música legal, marcante em determinado segmento, mas muito mais sobre o modo como esse construto organiza a dinâmica daquele momento no filme. São modulações de uma cinema contemporâneo que se permite elaborar-se para além de um realismo aficionado à noção fidedigna do que viria ser a representacionalidade do mundo.


TRAILER DO FILME QUE NUNCA EXISTIRÁ: "PHONY WARS" (Jean-Luc Godard)


Em seu último trabalho em vida e no primeiro projeto após sua morte, Jean Luc Godard, em parceria com a teórica Nicole Brenez, parte de um exercício do fazer fílmico para refletir sobre a arqueologia do cinema na contemporaneidade. Logo o filme se torna uma coisa outra, vira colagem, uma fala, discurso, uma mancha, um mapa, um arquipélago, ou seja, quase tudo o que o plano permite enquadrar.


GRAND TOUR (Miguel Gomes)



Marcado fortemente por um senso de realocação nos modos e nas formas de lidar com a matéria temporal, o cinema de Gomes evoca uma espécie de essência perdida em algum lugar na linha do tempo da historiografia cinematográfica. Aqui, o exercício se repete na comutação de referenciais da narrativa de aventura e a ficção especulativa dos nossos tempos. Um trabalho de descorporificação narratológica.

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